Quanto mais reação, mas marchas haverá

Domingo, 29 de Novembro de 2009

Marcha do orgulho gay.Orgulho de ser é coisa de quem não é em paz! De fato, deveria deixar minha opinião sobre a tal Marcha Gay contida na minha primeira afirmação, pois creio que ela expressa tudo o que penso. A tal Marcha, para mim, é Marcha-ré. De fato é uma “parada. Eu creio que esse tal “orgulho” é justamente o oposto do que afirma. Na realidade estamos falando de “complexo de diferença”, não de orgulho. E mais que isto: trata-se de uma necessidade de afirmação, não de convicção pacificada. Já imaginou se eu entrasse numa Parada dos Machos? O que de fato eu estaria dizendo acerca do significado de ser macho, para mim? Seria certeza ou mera insegurança o que me levaria a marchar? É impossível não pensar que só há Paradas porque há o desejo da maioria de parar as paradas. Assim, os que se sentem ameaçados, marcham em convicta insegurança e medo, e chamam a isto de orgulho. Enfim, é a repressão social e psicológica sobre os gays aquilo que gera as marchas de gays. Quando os seguimentos contrários aos gays e às marchas, silenciarem, os gays ficarão constrangidos, visto que não terão pelo que marchar. Portanto, é o reacionarismo do resto ou de alguns seguimentos da sociedade justamente aquilo que provoca e promove tais marchas. Um mundo feito de pessoas não reacionárias desmobilizaria todas as marchas, visto que só há “marcha de orgulho de ser” porque há a hostilidade dos que não sendo, não permitem e nem admitem que ninguém mais seja diferente. Portanto, no que concerne à “igreja”, eu digo que quanto mais reação, mas marchas haverá. Se ninguém falar nos gays, não haverá porque a insegurança deles se disfarce de orgulho e vá às ruas como se fosse celebração. O fato é que, além disso, a Marcha Gay virou também comercio e turismo. É por essa razão que a Prefeitura de São Paulo está ajudando a parada. Milhares de gays de todo o Brasil irão a São Paulo, e isto gera receita, tanto no comércio imediato como também pela via do turismo. Quanto ao mais, as dinâmicas das marchas são sempre o subproduto da atenção. Quando ser gay não gerar mais reação ou atenção, os gays ficarão em casa. Assim, quem não gosta de vê-los marchando, nem tolera suas expressões de comportamento público, deveria tolerar até para não ter que ver isto se repetir para sempre, até virar um Carnaval Gay. De fato, eu não consigo entender como não se consegue entender. É tudo tão básico! Eu acho ridículo tanto quem marcha como quem luta contra a marcha. Mas são os últimos os que promovem os primeiros, conforme a seqüência que eu falei. Todo protesto contra o protesto fortalece os protestantes. Nesse caso, os protestantes são os gays. Quem não gosta, não proteste, pois se protestar estará ajudando a fomentar, não a desmontar o ato. Este não é o bom combate!A verdadeira marcha só acontece para dentro.

Contato: pastoredson@hotmail.com

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