Quase 80% dos brasileiros não se sentem seguros, mostra pesquisa.

Estudo do Ipea aponta que população tem muito medo de ser assassinada ou roubada e acha polícia lenta


Agência Brasil


BRASÍLIA - Os brasileiros têm bastante medo da violência. Esse é o resultado dos Indicadores de Percepção Social (Sips) sobre Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira, 2, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo mostra que nove em cada dez entrevistados disseram ter medo de ser vítimas de crimes como homicídio, assalto à mão armada ou roubo de residência.

Foram entrevistadas 2.770 pessoas nas cinco regiões do País. A maioria dos entrevistados, 78,6%, afirmou ter muito medo de morrer assassinado. O mesmo ocorre em relação ao medo de ser vítima de assalto à mão armada (73,7%). Também é alto o número de pessoas que temem encontrar a casa arrombada (68,7%). Em relação à agressão física, o grau de medo entre os entrevistados é menor (48,7%).

A pesquisa aponta que o medo de arrombamento é mais baixo na classe média, em famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos. Esse medo aumenta à medida que a renda se torna muito baixa ou muito alta.

Entre os jovens de 18 a 24 anos de idade, o medo de ter a residência arrombada ou de sofrer agressão física é menor do que nas demais faixas etárias. Segundo o estudo, 60% dos jovens responderam ter muito medo de arrombamento. Porém, apenas 40% temem agressão física, parcela pequena se comparada aos 51,4% daqueles que têm entre 45 e 54 anos, ou aos 57% da faixa etária com mais de 55 anos.

Polícia. A pesquisa também avalia os serviços prestados pela polícia e os problemas relatados pela população no contato com os policiais. A Polícia Federal conta com o maior grau de confiança por parte da população (82,5%), enquanto 74,1% apresentam algum grau de confiança na polícia civil e 72,3% na polícia militar. O nível de confiança nas guardas municipais foi menor: 68,1%.

De acordo com o Ipea, a avaliação geral dos serviços comumente prestados pelas instituições policiais é negativa. Os resultados da pesquisa mostram que 61,7% dos entrevistados apontaram lentidão da polícia no atendimento a emergências quando o pedido de socorro é feito por telefone. Nas regiões menos povoadas e mais carentes de serviços de infraestrutura (Norte e Centro-Oeste) se encontra o maior quantidade de cidadãos satisfeitos com a rapidez no atendimento emergencial: 48,8% e 49,5%, respectivamente, contra cerca de um terço nas demais regiões.
Missa de 7ºdia em São Gonçalo
O São Gonçalo - Julio Cezar Brasil

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Niterói, Dom Roberto Ferreria Paz, celebra hoje, às 9h, a missa de sétimo dia em homenagem a Myrna Homem de Carvalho, mãe do ex-secretário de Desenvolvimento Social de São Gonçalo, Adolpho Konder, que morreu no último sábado. A missa será na Igreja Matriz.
Câmara aprova modelo de partilha e criação de fundo social para o pré-sal
Casa ainda vai decidir sobre mudança na distribuição de royalties.
Mudança de modelo foi proposta ainda no ano passado pelo governo.


Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

‘Dinheiro do pré-sal não pode cair no ralo da economia’, diz LulaRelator propõe retirar royalties de projeto do pré-sal. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1) com 204 votos a favor, 66 contra e duas abstenções a mudança do modelo de exploração de petróleo na camada pré-sal de concessão para partilha de produção. A Casa também aprovou a criação de um fundo social para aplicar os recursos desta exploração. Resta ainda a votação de um destaque visando incluir novamente no projeto uma proposta de mudança na distribuição de royalties. Depois o projeto segue para sanção presidencial.

A mudança de modelo de exploração do pré-sal de concessão para partilha de produção foi proposta pelo governo federal em agosto do ano passado. No modelo proposto o governo passa a receber uma parte da produção em óleo. Outra mudança é que a Petrobras participará de todos os consórcios com no mínimo 30% e será a operadora única das reservas que serão leiloadas.

Este novo modelo seria aplicado na área do pré-sal que ainda não foi licitada, que equivale a 2/3 das reservas já descobertas.

O projeto cria também um fundo social para a aplicação dos recursos que a União receberá com a exploração pelo novo modelo. Segundo o governo federal, a criação do fundo visa evitar a chamada “doença holandesa”, quando um país recebe muitos dólares pela exploração de petróleo e acaba tendo sua moeda sobrevalorizada, prejudicando a indústria nacional. Por este motivo, as aplicações financeiras do fundo serão, preferencialmente, feitas no exterior.

O relator, Antonio Palocci (PT-SP), retirou do texto a previdência da lista de áreas beneficiárias de recursos do fundo social. Com isso, os recursos do fundo irão para combate à pobreza e desenvolvimento da educação, da cultura, do esporte, da saúde pública, da ciência e tecnologia, do meio ambiente e da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Royalties

Resta ainda a votação de um destaque visando recolocar no projeto uma emenda que muda a distribuição dos royalties em toda a exploração de petróleo no mar, mesmo fora do pré-sal.

A emenda é de autoria de Pedro Simon (PMDB-RS) e foi aprovada pelo Senado. Ela inclui no projeto que os royalties e participações especiais da exploração de petróleo no mar destinadas a estados e municípios vão ser divididos entre todos de acordo com critérios do fundo de participação. A emenda também prevê que a União compense as perdas bilionárias de arrecadação que teriam os estados e municípios produtores de petróleo.

O relator rejeitou a emenda em seu texto. Palocci argumenta que se a União tiver de compensar estas perdas o fundo social ficaria “vazio”. “Assim se cria um fundo sem recurso, não haverá fundo social”.

O deputado questiona a própria mudança na distribuição de royalties. Ele argumenta que é preciso fazer uma discussão com os novos governadores, deputados e senadores sobre o tema. Palocci diz defender uma mudança que dê mais recursos para os estados e municípios não produtores, mas argumenta que é preciso ter cuidado em relação a “conquistas” dos produtores. Ele acredita que é melhor deixar o tema mais para frente porque ainda não há consenso sobre como resolver a questão.

Defensores da nova distribuição, no entanto, argumentam que a mudança trará mais recursos para quase todos os estados aplicarem em educação, saúde e segurança. Em outro projeto, em março deste ano, a Câmara já aprovou emenda semelhante sobre a redistribuição. Naquela ocasião não havia previsão de que a União compensasse as perdas dos produtores.