São Gonçalo inaugura central de tratamento de lixo




Por : Sandra Hoffmann

Central de tratamento de resíduos vai receber lixo de cerca de um milhão e 100 mil moradores de São Gonçalo

Com a inauguração da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Alcântara, a partir de agora, o município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, conta com local ambientalmente correto para o descarte de resíduos de cerca de seus um milhão e 100 mil moradores. A central foi inaugurada hoje (8/3) pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, e a prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset.

Durante a solenidade, Minc anunciou obras de recuperação ambiental das bacias do Rio Imboaçu e de Alcântara. As intervenções vão abranger dragagem dos rios, retirada de famílias ribeirinhas para áreas seguras, reflorestamento das margens desses corpos hídricos, dentre outras intervenções.

“Vamos fazer nas bacias dos Rios Imboaçu e Alcântara o mesmo que estamos fazendo na Baixada Fluminense através do Projeto Iguaçu, que incluíram a dragagem de 62 km dos rios Botas, Iguaçu e Sarapuí e a retirada de famílias que viviam nas margens desses rios para áreas seguras, dentre outras intervenções. A licitação para as obras será realizada no próximo dia 12. Além disso, já temos um projeto pré-aprovado para a recuperação ambiental do Rio Alcântara”, explicou o secretário.

Segundo Minc, em 2007, quando o governador Sérgio Cabral assumiu, 90% do lixo de todo o estado do Rio de Janeiro era descartado em lixões, e somente 10% em locais ambientalmente corretos.

“No final deste ano, entrando em operação os aterros sanitários de Itaboraí, São Gonçalo, Belford Roxo, Seropédica, Barra Mansa, Volta Redonda, Vassouras e Paracambi, dentre outros, nós vamos chegar com 87% do lixo sendo descartado em aterros sanitários e 13% em lixões”, disse ele.

Minc também afirmou que o Município de São Gonçalo receberá investimentos para saneamento que vão abranger, por exemplo, a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Alcântara. “Nos próximos dias, o Governo do Estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) oficializam os recursos de R$ 800 milhões para o Programa de Saneamento do Município do Entorno da Baía de Guanabara (Psam), e um dos pontos desse programa será a construção da ETE Alcântara”, completou o secretário, ressaltando que São Gonçalo receberá mais recursos de ICMS Verde por tratar do seu lixo.

A presidente do Inea, Marilene Ramos, ressaltou que o funcionamento do aterro sanitário de São Gonçalo permitirá que cerca de um milhão e 100 mil habitantes dessa cidade, o que representa quase 10% da população do Estado do Rio de Janeiro, destinem corretamente seus resíduos.

“Como parte da compensação ambiental pela obra, nós estabelecemos que os responsáveis façam o plantio de 240 hectares com espécies nativas na Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e na bacia do Rio Macacu, além de montar um ecoponto com capacidade para até 50 toneladas de material reciclável. Além disso, em cinco anos, os responsáveis terão de destinar 10% do lixo para a geração de energia”, destacou a presidente do Inea.

A prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset, afirmou que a prefeitura vai implantar, ao longo deste ano, programa de coleta seletiva, através do projeto Recicla São Gonçalo. O objetivo, segundo ela, além da separação e reciclagem dos resíduos sólidos, é a promoção social e econômica dos catadores de Itaoca.

Aterro Sanitário de São Gonçalo

Situada no distrito de Anaia Pequeno, a central ocupa uma área de 1,5 milhão de metros quadrados e, inicialmente, terá capacidade de processamento de 1 mil toneladas de resíduos por dia.

Construída e operada pela empresa Haztec, a central já recebeu investimentos de R$ 8,5 milhões, com previsão de outros R$ 10 milhões ainda este ano. Os resíduos domiciliares e urbanos serão depositados e cobertos sem contaminação do solo e do lençol freático, e a CTR conta também com um sistema de drenagem de chorume, gás e águas pluviais.

Quando estiver funcionando a pleno vapor, a capacidade total da central será de 840 mil toneladas de resíduos anuais.

Na central funciona desde 2010 um centro de convivência onde são realizados eventos, oficinas de educação ambiental e reuniões comunitárias. O empreendimento conta ainda com um programa de visitas às obras e uma Ouvidoria, apta a receber reclamações e sugestões, além de tirar dúvidas. O serviço é feito pelo número gratuito 0800-0246114.

O aterro controlado de Itaoca deixa de receber resíduos, mas continuará a ser controlado e monitorado até sua estabilização total.

A área passará por um processo de recuperação ambiental, com cobertura total do aterro com argila, geometrização da área, drenagem do chorume (líquido resultante da decomposição de resíduos orgânicos) e de águas pluviais, plantio de mudas, captação e tratamento de gás. Assim, após a revitalização, o local poderá ser transformado em área de lazer pela prefeitura. A previsão é de que toda a obra de recuperação seja concluída entre 12 e 24 meses.