Desafio do PETI é identificar crianças trabalhadoras

Terça-feira, 22 de junho de 2010.

Brasília - Encontrar as crianças trabalhadoras e garantir que elas tenham acesso ao programa têm sido a grande dificuldade do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). “Hoje identificamos 800 mil crianças que estão trabalhando, mas sabemos que mais 800 mil devem estar por aí sem conhecimento do governo. Temos orçamento para dobrar o atendimento do Peti, mas não encontramos as crianças que precisam”, disse a secretária nacional de Renda de Cidadania do MDS, Lúcia Modesto.

Segundo ela, o problema está em identificar meninos e meninas em situação de trabalho informal. Para chegar a essas crianças, o ministério precisa da ajuda da sociedade, que pode denunciar casos de trabalho infantil. Por isso, a pasta pretende desenvolver ações educativas para que a população saiba reconhecer o trabalho infantil. “Tem situações de trabalho que as pessoas já consideram normais, mas é preciso perceber, que além de trabalhar, a criança perde o acesso ao lazer, ao esporte e às atividades lúdicas”, afirmou Lúcia.

O diretor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Organização Mundial do Trabalho (OIT), Renato Mendes, afirmou que, apesar das dificuldades, o Brasil deve eliminar o trabalho entre crianças de 5 a 9 anos até 2013.

Fonte: Agência Brasil.

Quase 50% dos brasileiros estão acima do peso, mostra pesquisa

Lisiane Wandscheer

Repórter da Agência Brasil


Brasília - O excesso de peso e a obesidade cresceram entre os brasileiros nos últimos quatro anos. De 2006 a 2009 a proporção de pessoas acima do peso subiu de 42,7% para 46,6% e o percentual de obesos cresceu de 11,4% para 13,9% no mesmo período. A prevalência de sobrepeso é maior entre os homens: 51% contra 42,3% nas mulheres.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), lançada hoje (21).

A ocorrência do problema está relacionada a fatores genéticos, mas há uma influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no decorrer da vida.

No sexo masculino, a situação é mais comum a partir dos 35 anos, mas chega a 59,6% em homens entre 55 e 64 anos. Na população feminina, o índice mais que dobra na faixa etária dos 45 aos 54 anos (52,9%) em relação a 18-24 anos (24,9%).

Já a prevalência da obesidade entre homens quase triplica do grupo etário de 18 a 24 anos (7,7%) para o de 55 a 64 anos (19,9%). Entre as mulheres mais jovens, na faixa etária de 18 a 24 anos, o índice é de 6,22%, menor que o masculino nessa mesma etapa. Já nas mulheres entre 55 a 64 anos o percentual supera o masculino, ficando em 21,3%.

Para a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, o expressivo crescimento no número de pessoas com sobrepeso e obesas, em um curto período, é uma tendência mundial. “O Brasil não está isolado nessas estimativas. É mais um reflexo da queda no consumo de alimentos saudáveis e a substituição deles por produtos industrializados e refeições pré-prontas”, comenta.

De acordo com a Vigitel 2009, 24,4% da população brasileira foi diagnosticada com hipertensão arterial e 5,8% afirma sofrer de diabetes. O consumo excessivo de sal e gordura é apontado como fator de risco para a pressão alta, enquanto a incidência de diabetes pode estar relacionada à ingestão de grande quantidade de açúcar, massas e alimentos calóricos.

Fonte: Agência Brasil.

Peti reduz trabalho infantil e melhora desempenho escolar de crianças, avaliam famílias

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) divulgou hoje (21) o resultado de duas pesquisas que mostram a aprovação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) pelas famílias beneficiárias, monitores do programa e gestores municipais.

De acordo com a pesquisa, feita no final de 2008 em 120 municípios pelo Núcleo de Pesquisas, Informações e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (DataUFF), 88,5% das famílias beneficiárias avaliaram o Peti como “bom” ou “ótimo” e 71,2% informaram que “houve melhora na situação da família após sua inserção no programa”.

Segundo o instituto da UFF, mais de 95% dos gestores municipais e 80% dos monitores que atendem a crianças e adolescentes no contraturno escolar confirmaram que após a implantação do programa houve redução do trabalho infantil no município. Para quase metade dos monitores, o Peti melhorou o desempenho escolar pois as crianças participantes passaram a ler, escrever e interpretar textos com mais facilidade.

O Peti foi integrado pelo governo federal ao Programa Bolsa Família (PBF). Além das exigências do PBF (assiduidade escolar, cartão de vacinação em dia e realização de pré-natal), o MDS exige das famílias assistidas pelo Peti que as crianças e adolescentes mantenham frequência mensal mínima de 85% nas atividades esportivas, culturais e socioeducativas extra-classe oferecidas geralmente nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), fora do horário escolar, no chamado “serviço de convivência e fortalecimento de vínculos” que é responsabilidade dos municípios.

O MDS também encomendou um estudo qualitativo (ao Instituto Herkenhoff e Prates, de Belo Horizonte) com beneficiários, mães, professores e gestores de 40 municípios. Segundo Marina Pereira Nova, do Departamento de Avaliação da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, as mães consideram mais importante a manutenção das crianças em atividades extra-escolares do que o pagamento do benefício do Bolsa Família.

“As mães foram enfáticas quanto ao impacto positivo do Peti nas suas vidas e na de seus filhos. Elas consideram o apoio financeiro da bolsa do Peti como sendo crucial para melhoria das suas condições de vida, porém, a maioria considera, também, que os ganhos advindos das atividades socioeducativas para as vidas de seus filhos eram incomparavelmente maiores do que os ganhos materiais”, escreveu Marina Nova na apresentação da pesquisa.

Cerca de 820 mil crianças e adolescentes são atendidas em mais de 3,5 mil municípios que mantém atividades extraescolar para crianças do Peti. Além do benefício do PBF (R$ 22 por filho de até 15 anos; e R$ 33 por filho de 16 e 17 anos), o Peti transfere mais R$ 40 às famílias de áreas metropolitanas (cidades com mais de 250 mil habitantes) e R$ 25 às famílias de cidades menores ou do meio rural.

Fonte: Agência Brasil.