O projeto da Linha 3, que vai ligar Itaboraí ao Rio, depende agora de uma autorização do Tribunal de Contas da União (TCU). A afirmação foi dada pelo assessor especial de Projetos da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), Carlos Zavataro, durante audiência da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa (Alerj) realizada ontem. Para a discussão foram convidados o secretário de Estado de Transportes, Júlio Lopes; os prefeitos de São Gonçalo, Aparecida Panisset; de Itaboraí, Sérgio Soares; e de Niterói, José Roberto Silveira; e o secretário de Cultura e Turismo de São Gonçalo, Carlos Ney. Apenas Itaboraí enviou representantes.
Segundo Zavataro, o atraso das obras ocorre por causa de um questionamento do TCU sobre a licitação realizada há nove anos para erguer o trecho de um dos lotes do empreendimento entre Niterói e o bairro de Guaxindiba, em São Gonçalo. Presidente da Comissão da Alerj, o deputado Marcelo Simão (PSB) lamentou a demora das obras.
"Vamos continuar cobrando do Governo estadual para que esse processo tenha um desfecho o mais rápido possível, pois a população daquela região precisa do metrô", afirmou o parlamentar.
Zavataro informou que o projeto de construção da Linha 3 foi dividido em três lotes, mas apenas um foi licitado. A previsão da secretaria é de que este lote, que deverá atender cerca de 350 mil passageiros por dia durante o primeiro ano de operação, seja concluído em dois anos a partir do início das intervenções estruturais. Ainda de acordo com a Setrans, este primeiro trecho de 23 quilômetros vai custar R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos, sendo 80% deste valor custeados pelo Governo federal.
Segundo o professor de Engenharia da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Fernando Mac Dowell, a obra é fundamental, pois se a linha 3 não for viabilizada antes do início da operação do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) os congestionamentos na Ponte Rio-Niterói poderiam aumentar em até 60%.
"Levando-se em conta o aumento dos investimentos na Região Metropolitana, principalmente com a entrada em operação do Comperj, em Itaboraí, vamos passar a ter uma quantidade de veículos muito maior do que hoje trafegando por aquela região. Com isso, poderá haver um aumento de até 60% das horas congestionadas na Ponte Rio-Niterói", apontou. "Esta nova linha metroviária vai resolver boa parte do problema", completou.
Na audiência estavam presentes ainda os deputados Luiz Paulo (PSDB) e Comte Bittencourt e José Luiz Nanei, ambos do PPS, além de representantes da Prefeitura ae Itaboraí e da Federação Nacional dos Metro- viários (Fenametro). ■
Fonte: O Fluminense