Tenho a dizer que gente que se ama também pode não se entender às vezes.
Além disso, tem gente que também se ofende... sem querer.
Ofendem-se quando são ofendidos e até quando não são.
A passionalidade frequentemente lida mais com impressões machucadas do que com realidades mesmo.
Sim! Mesmo que se amam, ainda assim, algumas vezes, ofendem-se muito; até porque o que um pensa do outro ou diz sobre o outro em um momento ruim, pesa muito naquele que ouviu a opinião ou impressão, como algo esmagador e desproporcional.
Não fique impressionado! Apenas siga fazendo o seu melhor!
Entretanto, evite as discussões, pois elas quase nunca refletem a realidade, mas sim os sentimentos equivocados e passionais de cada parte envolvida.
Discussão quase sempre é um encontro de subjetividades, o que torna qualquer encontro com a objetividade cada vez mais difícil.
Também veja que seu coração não fique magoado nunca. A mágoa falsifica as percepções.
Nada falsifica mais a realidade e a comunicação do que a amargura.
Quando ela se instala, pela via das machucaduras, das traições, das frustrações, das repetições desagradáveis, ou das muitas acusações recíprocas — nada mais continua a existir objetivamente na visão e na comunicação entre duas pessoas.
É assim até mesmo entre pessoas que se amam, mas que se feriram de alguma maneira.
Nesse ponto o ofensor passar a se irritar e a acusar o outro de não parar de acusá-lo e de vê-lo de modo ruim... Então, instala-se no coração do ofensor uma predisposição a ouvir tudo com tom de acusação.
Ora, quando se chega a esse ponto da “viagem”, o sentido de objetividade já entrou em estado de falência; e todos os poderes da subjetividade se tornam os senhores do olhar, do sentir; e, pior, do interpretar.
É aqui que duas pessoas que se amam e não mais conseguem se entender, perguntam-se: o que está acontecendo com a gente?
Na realidade, nada está acontecendo, embora tudo pareça acontecer!
Afinal, objetivamente, o que tinha de acontecer, já aconteceu. E, supostamente, já está resolvido.
Porém, o processo de retro-alimentação relacional (em razão das dores e das machucaduras da alma do ofendido), torna-se cada vez mais destrutivo para as emoções dos implicados; e, consequentemente, passa a ser o produtor de boicote na comunicação.
O que fazer?
A primeira coisa é entender o processo, conforme simplificadamente exposto acima.
A segunda é voltarem a crer um no outro, sem interpretações e sem analises
A terceira é darem objetividade e clareza a cada palavra ou declaração, não somente em relação um ao outro, mas também em relação a tudo; até que a objetividade volte a prevalecer sobre a subjetividade das interpretações adoecidas pela mágoa.
A quarta é não conversar num mundo paralelo, jamais; mesmo que seja em quase silencio ou em silencio; pois para o outro isso pode significar outra coisa; qualquer coisa.
A quinta é não deixar nada aberto, sem definição.
Uma raiz de amargura, entrando em alguém, pode contaminar a muitos, a todo um grupo. Ora, se a amargura tem esse poder em relação a um grupo, quão maior não é o seu poder de contaminação entre duas pessoas?
Contato: pastoredson@hotmail.com
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