RJ É A REGIÃO COM MAIS INVESTIMENTOS NO MUNDO

Até 2020, o Estado do Rio de Janeiro receberá investimentos totais de R$ 240 bilhões, em todas as áreas, comemora o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno.
 De acordo com ele, foram considerados apenas projetos confirmados e em desenvolvimento. Além disso, para Bueno, os investimentos serão maiores porque há migrações na cadeia produtiva dos setores contemplados e há mais propostas de aportes chegando. O mesmo tempo, a melhora nas condições de renda, emprego e segurança na cidade do Rio de Janeiro, que também é palco de grandes obras de infraestrutura, está dando novo impulso à economia fluminense, por gerar demanda elevada para a indústria.
 A par disso, as maiores petrolíferas do mundo e companhias da cadeia produtiva do setor desembarcam na capital do estado com suas instalações e centros de pesquisas. Especificamente para os próximos dois anos, os investimentos chegam a R$ 181 bilhões, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no estudo Decisão Rio 2011-2013.
O volume representa aumento de 69% em relação ao triênio anterior, quando atingiu R$ 107 bilhões. A maior fonte de aportes é a Petrobras, que responde por quase 60% dos investimentos previstos. Depois, vem a infraestrutura, com 20%, ou R$ 36,3 bilhões, e a indústria de transformação, com 16,3%, ou R$ 29,5 bilhões. O volume global, comparado com a dimensão territorial do estado apenas 43,7 mil quilômetros quadrados dá ao Rio o titulo de maior concentrador de investimentos em todo o mundo: mais de R$ 4,17 milhões por quilômetro quadrado.
 Com empreendimentos como o Superporto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, na Região Metropolitana, os empresários industriais têm se mostrado otimistas.
 Prova disto é o resultado do Índice de Confiança do Empresário Industrial Fluminense (Icei-RJ), que, no primeiro trimestre deste ano, atingiu 60,6 pontos em uma escala que vai de 0 a 100. De acordo com a Firjan, também responsável pelo estudo, o Icei-RJ está positivo há oito meses e permanece acima de sua média histórica. O índice é formado pelos indicadores de expectativas e de condições atuais, cada um deles levando em conta a economia brasileira, o estado do Rio de Janeiro e a própria empresa.
A nota de expectativas ficou em 65,4 pontos, com destaque para a avaliação do próprio negócio, que chegou a 67,9. A expectativa com relação às condições da economia brasileira como um todo ficou em 59,4 pontos. Para o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, os industriais vislumbram um cenário bem melhor a médio e longo prazo, com as oportunidades que surgirão a partir dos investimentos previstos e da demanda interna, que permanece em bom ritmo.
 "A manutenção de expectativas otimistas, contudo, dependerá do êxito das medidas adotadas pelo governo para conter a escalada da inflação e a persistente apreciação cambial", ressalva ele. Todo o estado está bastante aquecido, porém, de acordo com Mercês, o Norte fluminense desponta como uma das duas principais regiões em relação à atração de investimentos. "O grande exemplo do Norte é o Porto de Açú, mas cabe também destacar a região Sul, que tem se mostrado como um grande pólo siderúrgico e automotivo do Brasil. Lá estão instaladas importantes montadoras, tanto de caminhões quanto de carros de passeio", cita, acrescentando que indústrias produtoras de vidro e de borracha migram para a região para dar suporte a esta cadeia.
 Entre os setores produtivos que mais se desenvolvem, Mercês destaca o naval e o aeronáutico, que viveram período de esquecimento no estado e agora vêm se recuperando. O setor de fabricação de equipamentos de transporte como um todo, assinala ainda, gerou 25 mil postos de trabalho nos últimos 10 anos. Um exemplo é a cidade de Petrópolis, que tem hoje o maior pólo de produção de turbinas do País.
Com o desenvolvimento do setor de petróleo no estado, segmentos como refino e a indústria de petroquímicos ganham cada vez mais força. O Comperj se insere nesse contexto e, segundo Mercês, o setor gerou 15 mil empregos no estado ao longo dos últimos 10 anos. Outro setor que na avaliação do especialista é responsável pelo fortalecimento da indústria fluminense é o de veículos automotores, como caminhões e carros leves de passeio, que, segundo ele, gerou nove mil empregos década.
 Máquinas e equipamentos que produzem para outros setores criaram quase 16 mil empregos no mesmo período. "Só na indústria de transformação, nos últimos 10 anos, foram gerados mais de 115 mil empregos", ressalta Mercês.
 O Superporto do Açu, um terminal portuário privativo de uso misto, empreendimento da LLX, empresa de logística do grupo EBX, de Eike Batista, desponta como o maior investimento em infraestrutura portuária das Américas e vai dar mais dinamismo à economia fluminense.
 O empreendimento contará com até 30 berços de movimentação para produtos siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, minério de ferro, granéis líquidos e carga geral. Somente no porto, a previsão é que sejam investidos R$ 4,3 bilhões. Desde o inicio das obras até setembro de 2010, já foram investidos R$ 1,5 bilhão. O projeto inclui ainda um complexo industrial de 90 quilômetros quadrados. Nele, serão construídos um estaleiro da OSX, duas termoelétricas da MPX, duas siderúrgicas, duas cimenteiras, uma indústria automotiva e empresas da cadeia de fornecedores e pequenas indústrias. A previsão do EBX é a de que pelo menos US$ 36 bilhões sejam investidos pelas empresas que se instalarão no complexo industrial. Já na Região Metropolitana do Rio, está em curso o maior investimento do país, o Comperj, que será instalado em uma área de 45 milhões de metros quadrados, o equivalente a aproximadamente seis mil campos de futebol.
 O empreendimento, que marca a retomada da Petrobras no setor petroquímico, está orçado em US$ 8,38 bilhões. A refinaria tem o inicio de operação da sua primeira fase previsto para o final de 2013, com capacidade de processamento de 165 mil barris de petróleo por dia. Na segunda fase, prevista para 2018, será atingida capacidade total de 330 mil barris de petróleo por dia. O complexo deve gerar cerca de 212 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda durante a sua fase de instalação. Na unidade serão produzidos produtos petroquímicos, como plásticos e outras resinas, e também combustíveis, como gasolina e diesel. Na região, também passará o Arco Metropolitano, uma obra do Governo do Estado, que promete ligar as principais rodovias que cortam o Rio de Janeiro.
O objetivo é criar uma rede logística para fazer a ligação das indústrias com os portos e estradas de acesso do estado. Para Mercês, o mercado imobiliário da região também está bastante aquecido, devido à forte migração que já está ocorrendo e que vai permanecer pelos próximos anos. "Itaboraí será uma região transformada pela indústria.
O desenvolvimento está focado, por isso será duradouro. A região gerou mais de dois mil empregos nos últimos 10 anos, apenas na construção civil", afirma. Segundo Mercês, não existe área saturada no estado. O grande exemplo disso, afirmou ele, é a instalação de uma siderúrgica dentro da própria capital, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). "Esta uma região do estado que muito desenvolvida e recebeu uma grande siderúrgica no final de 2010, que em apenas cinco meses de operação , praticamente quadruplicou as exportações do estado, este ano, em relação a igual período de 2010", ressalta.
 MÃO DE OBRA
Outro estudo realizado pela Firjan apontou que o Rio de Janeiro registrou saldo positivo de quase 24 mil novos postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano. Apesar de o número ser pouco mais de dois terços do que foi gerado em igual período do ano passado, este é o terceiro melhor primeiro trimestre desde 1995. Os dados estão na Nota Técnica Acompanhamento do Mercado Formal de Trabalho Fluminense-10 Trimestre de 2011. O documento ressalta que os investimentos destinados à região Norte contribuíram para as significativas contratações observadas no período foram mais de 3,4 mil contratações.
Para a Firjan, a região apresenta franca atividade e potencial além da cadeia do petróleo. A capital manteve a liderança na geração de empregos, com mais de 13 mil vagas criadas. A região Centro-Norte, por sua vez, foi a única que apresentou retração (queda de 1,8%) em seu mercado de trabalho, reflexo dos estragos causados pelas chuvas de janeiro. Apenas as regiões Sul (alta de 3,2 %), Norte (alta de 3,4%) e Leste (alta de 3%) mantiveram o elevado nível de contratações observado em 2010. A avaliação da indústria de transformação mostrou que o estado seguiu contratando no inicio de 2011 (alta de 1,9%).
Fonte: Jornal do Commercio

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