A difícil tarefa de dirigir

Buracos, ausência de pavimentação e sinalização inadequada são riscos à vida do motorista nas estradas. Quais são os pontos caóticos no estado e onde são necessárias melhorias? A Confederação Nacional de Transportes tem a resposta. A entidade analisou a situação de 2 mil km de rodovia federal, estadual e privada no estado fluminense e o resultado não foi nada animador: aumentou a quantidade de estradas ruins e diminuiu o número das vias classificadas como ótimas.


A BR-101 Norte (Rio-Campos) é a rodovia em pior estado. A construção de novas pistas é essencial para diminuir o número de mortes na via, que chega a 180 por ano. Entre Casimiro de Abreu e Campos, o trecho precisa ser duplicado urgentemente. A sinalização e a qualidade do asfalto na BR-354 (Resende-Caxambu) e na BR-485 (Agulhas Negras-Itamonte) também estão comprometidas.

Já a Via Dutra (BR-116 Sul) não suporta mais o volume de tráfego, levando-se em consideração que é a principal rota para escoar a produção no eixo Rio-São Paulo.

Na contramão do quadro caótico nas estradas, uma das vias que mais receberam melhorias neste ano foi a BR-393, que liga Barra Mansa a Além Paraíba (MG). Administrada desde março de 2008 pela concessionária Acciona, a rodovia recebeu nova pavimentação e sinalização. No entanto, isso tem um custo: o pedágio.

A entrega de estradas para a iniciativa privada tem de ser ponderada. Um mau exemplo é a concessionária Via Lagos, que durante muito tempo praticava o maior pedágio do país, em relação a trecho percorrido.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pontualmente autorizou novos aumentos nas tarifas, por causa de revisão de investimentos da concessionária na rodovia. Não se pode deixar que a estimativa e a formação do preço inicial mude absurdamente. Isso é desrespeitoso com o usuário – transportadores, caminhoneiros autônomos, motociclistas, enfim, motoristas de forma geral.

A transparência na forma como são feitos os cálculos e a fiscalização dos investimentos nas estradas devem ser intensificados não apenas por entidades, mas também pelo parlamentar por ser uma concessão da União. A estrada é federal, mas a administração é privada com metas, incluindo melhorias e assistência a motoristas a serem alcançadas.

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