Apesar do ritmo lento dos preparativos da Copa de 2014 (semana passada começou mais uma vez a ampla reforma do Maracanã), os recursos do FGTS – no valor de R$ 6 bilhões – vão reforçar o orçamento da habitação e dos transportes. Investimentos em infraestrutura são sempre bem-vindos. Mas o engessamento é que preocupa: parte será utilizada somente em melhorias de pavimentação de ruas que já tenha redes de água, esgoto e drenagem. Gestores públicos e políticos locais devem apresentar projetos e, assim, se credenciarem para receberem esse dinheiro do governo federal.
Do total aprovado pelo Conselho Curador do FGTS, R$ 3 bilhões serão destinados às linhas tradicionais de financiamento habitacional do FGTS, como carta de crédito e apoio à produção (para construtoras). O restante será do Pró-Transporte, que inclui medidas para desafogar o tráfego, como corredores de ônibus, vias exclusivas para pedestres e sinalização viária nas cidades-sede da Copa de 2014.
São Gonçalo e Baixada Fluminense têm apenas 25% das casas com esgoto tratado. Da forma como está, é sinal que o dinheiro será mal distribuído no Rio de Janeiro, privilegiando a capital enquanto o restante da região metropolitana corre o risco de ficar sem parte destes recursos importantes. Resumo da ópera: esse dinheiro poderá servir para maquiar ruas do Rio de Janeiro, beneficiando turistas e o desenvolvimento da cidade palco. As promessas de avanços para a região metropolitana serão falsas, se isso continuar assim.
Recursos parecem que não faltarão, mas a aplicação total dessas cifras é a questão onde reside o problema. A cidade do Rio de Janeiro já demonstrou a capacidade de sediar eventos esportivos de peso como os Jogos Pan-Americanos, em 2007. A Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016 são as oportunidades que faltavam para inverter a lógica que privilegiou o desenvolvimento da capital em vez do subúrbio – São Gonçalo e Baixada Fluminense.
A Câmara dos Deputados é o espaço para apresentar projetos de infraestrutura, intermediar a relação entre o município de São Gonçalo e o governo federal. É o que falta na bancada. Quero estar a frente para intermediar projetos, assinar convênios e beneficiar a prefeitura de São Gonçalo, e a população em geral que vive com esgoto a céu aberto. Serei um fiscal para acompanhar os recursos tão preciosos que são usados em benefício do trabalhador.
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