Mas um fato chamou a atenção: na última segunda-feira (9/8), fiscais da Secretaria estadual de Transportes com a ajuda da prefeitura de São Gonçalo fizeram uma blitz nos trilhos, em Neves. A secretaria já havia identificado o problema e preferiu agir em parceria com a população para retirar uma área de lazer improvisada. Em vez do choque de ordem, a negociação foi o caminho escolhido.
A associação de moradores do local se prontificou a retirar a área de lazer num prazo de 20 dias. Na última segunda, os técnicos puderam constatar a remoção da obra ilegal. Tudo foi feito sem truculência e maiores aborrecimentos. Entre maio e junho deste ano, o governo estadual e a prefeitura prepararam um mutirão para retirar entulho na linha do trem que liga Niterói a Guaxindiba. O percurso tem 21 quilômetros. Até mesmo uma retroescavadeira e roçadeiras manuais foram acionadas devido à quantidade de lixo. Em um mês, foram retirados da área 200 metros cúbicos de material jogado na linha do trem.
Para preservar a linha e evitar a invasão da área próxima, existem estudos para instalar uma ciclovia no local. A medida é boa visto que iria melhorar o aspecto urbanístico, valorizar moradias na região. Porém, por conta da onda de violência na cidade, tão logo a população vai batizá-la de “ciclovia fantasma” em alguns trechos. Crianças e praticantes de esporte, com absoluta certeza, não vão querer se expor se o poder público não oferecer segurança ostensiva. A prefeitura neste caso poderia atuar de modo consistente, oferecendo guardas municipais. Agentes poderiam percorrer a pé, com o auxílio das rondas da PM armada. Mas tudo isso, são conversas futuras que vão envolver o 7º BPM e a prefeitura.
Choque de ordem entra nos trilhos
Além dos obstáculos burocráticos do Tribunal de Contas da União, o traçado férreo da Linha 3 do Metrô enfrenta resistências das ocupações irregulares. Casas humildes localizadas muito próximas a linha férrea ainda permanecem em outros pontos. E isso representa um risco a população. Sabemos que existe um problema sério de moradia na cidade e falta políticas públicas habitacionais eficientes para a construção de conjuntos residenciais. Esse é um capítulo à parte, que podemos falar em próximo artigo no blog sobre os motivos que levaram a situação, com o crescimento das favelas.
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