1. A pesquisa mensal de emprego de abril, na RM-RJ, aporta dados intrigantes sobre a constituição da PNEA e suas relações com o desemprego. O número de pessoas em idade ativa (IBGE-PME, entre abril de 2008 e de 2009) cresceu de 10.103 mil para 10.143 mil, ou 40 mil pessoas, ou 0,4%. As pessoas na PEA, economicamente ativos, passaram de 5.445 mil a 5.379 mil, diminuindo 40 mil. A PNEA cresceu em 106 mil pessoas, de 4.658 mil para 4.764 mil. A queda da PEA apontaria para a desistência de pessoas procurarem emprego em função da crise. A taxa de desemprego efetivo (taxa de desocupação + emprego precário) passou de 9% a 8,6% entre abril de 2008 e 2009, o que confirmaria isso.
2. O crescimento da PNEA, em um ano, não poderia ser explicado pela escolaridade ou pelas aposentadorias. Dessa forma caberia penetrar nos dados do PNEA na forma que o IBGE os apresenta. Dentro da PNEA as pessoas que gostariam e estavam disponíveis para trabalhar, mas não estavam procurando emprego, cresceram de 5,7% a 7,8%, ou 2,1%, ou 215 mil pessoas. As marginalmente ligadas a PEA passaram de 2% a 3,4%, ou mais 143 mil. As desalentadas dentro da PNEA não sofreram aumento. As que gostariam, mas não estavam disponíveis para trabalhar cresceram de 0,7% para 1,2% ou mais 51 mil.
3. Ao todo: 215+143+51 = 409 mil pessoas, que estando na PNEA, na verdade gostariam de estar empregadas e se não pressionam o mercado de trabalho real, o pressionam virtual e animicamente. Estas podem ser produto do desemprego, que vem seguido de indenizações; FGTS e seguro-desemprego que neutraliza por algum tempo a demanda; alguma informalidade doméstica ou em atividades não remuneradas ou não procuram emprego por perceber dificuldades. Certamente uma combinação de todos. Registre-se que a taxa de desalento (desistência por desemprego em longo prazo) não aumentou.
4. O que impressiona é que agregando todos os dados do IBGE para as RMs pesquisadas, o caso da RM-RJ é o único no Brasil em relação a esses itens. Cumpre com urgência analisá-los por dentro, numa série em média móvel-trimestral e avaliar que políticas compensatórias se fazem necessárias, já. São, repita-se, 409 mil pessoas a mais nestes casos, em um ano.
Fonte: Ex-Blog Cesar Maia
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