Para procuradora, trabalho precoce perpetua ciclo de pobreza.
Do G1, com informações do Jornal Nacional.
Na Ilha de Deus, em Pernambuco, as casas ficam suspensas sob pedaços de madeira fincados na lama do mangue. Desde muito cedo, as crianças se reúnem, mas não é para brincar. Elas trabalham como gente grande.
A agilidade das mãozinhas denuncia que a atividade já virou rotina. Laiza tem apenas 6 anos e segue o destino de tantas crianças na região. Seu trabalho, desde os 5 anos, é limpar um a um o sururu, um pequeno marisco que chega sujo de lama e tem que ser retirado da casca. A jornada é exaustiva e só termina quando baldes e latas ficam vazios. Até os adultos reclamam da tarefa cansativa.
São horas sem brincadeiras e sem sorrisos. Toda a atenção é necessária, já que a casca do sururu é fina e pode cortar como uma lâmina.
No Brasil, o trabalho só é permitido a partir dos 16 anos, mas a vida real é bem diferente: segundo o IBGE, mais de 4,8 milhões de adolescentes e crianças enfrentam o pesadelo do trabalho precoce no país.
Para tentar diminuir esse número, o Ministério Público do Trabalho começou a distribuir 250 mil cartilhas em escolas de todo o país, ensinando sobre os direitos das crianças.“O trabalho infantil perpetua o ciclo de pobreza”, diz Débora Tito, procuradora do trabalho.
Para fazer denúncias contra o trabalho infantil basta discar o número 100, de qualquer telefone. O serviço gratuito é do Governo Federal e a identidade de quem liga é mantida em sigilo.
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