O analfabetismo tem de ser erradicado

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) desenha um quadro pouco promissor para um país que se comprometeu a diminuir pela metade o analfabetismo junto à Organização das Nações Unidas (ONU) até 2015. A quantidade de analfabetos no país ultrapassa um universo de 14,5 milhões de pessoas – uma redução modesta de apenas 0,3 ponto percentual no comparativo 2008-2009. Apesar de não ter a abrangência do censo, que está em andamento, o Pnad do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela tendências e tem base estatística bastante confiável.

A quantidade de analfabetos na população acima de 25 anos mostra que as políticas públicas voltadas para atrair cidadãos mais velhos para as salas de aula não tem a eficácia desejada. É momento de repensar em formas de como fazer com que chefes de famílias compareçam em estágios iniciais de ensino para aprenderem a ler e escrever.

Uma das alternativas é que o governo passe a implementar políticas de inclusão educacional mais eficazes, depois de descobrir os motivos de estarem fora da cobertura educacional e hábitos desse grupo. A relutância por causa da falta de tempo, disposição e a naturalização desta condição podem ser alguns motivos alegados. Creio que o censo, mais completo, vá oferecer mecanismos para responder essas perguntas.


Não se pode esperar que idosos morram para que a taxa de analfabetismo caia porque esse índice, entre jovens entre 14 e 25 anos, é semelhante aos países desenvolvidos. Hoje, é impossível que as interações sociais em grandes centros urbanos ainda permitam a formação de analfabetos. Os próprios pais estimulam os estudos dos filhos ainda criança por acreditar que os anos passados na sala de aula estão atrelados ao maior poder de renda.

De acordo com a pesquisa, nas áreas urbanas, na população entre 15 e 49 anos, a taxa de analfabetismo é inferior a 4%. Porém, a idade média do analfabeto no Brasil é de 56 anos e ele está concentrado no Nordeste. É necessário será necessário um esforço conjunto para atingir essas metas acordadas com a Unesco. A atuação das prefeituras e programas educacionais com a inciativa privada, fundações e ONGs são de suma importância para fazer com que cidades com as taxas mais altas sejam beneficiadas.

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