O projeto, orçado em R$ 3 bilhões, é maravilhoso. Maquetes em 3D foram feitas para dar a dimensão do empreendimento, que inclui a construção de estações elevadas e em superfície. Técnicos descartaram a ligação entre o Centro do Rio e Niterói por baixo da Baía de Guanabara, a exemplo do trem que passa por debaixo do canal da Mancha, entre Inglaterra e França, por conta da complexidade das obras.
Nas eleições majoritárias, o assunto entra na pauta, cedo ou tarde. Por enquanto, o único presidenciável que ressaltou a importância da integração entre a capital e a Região Metropolitana por meio da imprensa, foi o candidato José Serra, quando visitou o Rio de Janeiro no início da campanha. No entanto, os planos estão emperrados no Tribunal de Contas da União (TCU), que viu irregularidades no processo de licitação.
Como resolver esse imbróglio? O Estado do Rio precisa de uma bancada proativa e eficiente na defesa de seus direitos, parlamentares, realmente comprometidos com as mudanças e realmente a par da realidade de milhares de trabalhadores. Os representantes da população do Rio, em Brasília, precisam pressionar o governo federal para solucionar impasses meramente burocráticos. Um projeto desta grandeza não pode engatinhar todos esses anos, precisa avançar.
Enquanto isso, medidas paliativas são colocadas em prática como a instalação de letreiro para informar motoristas sobre a condição do trânsito, a construção do corredor viário na Alameda São Boa Ventura, que melhorou a fluidez apenas para os ônibus que trafegam em faixa preferencial. Basta viajar de ônibus e carros em horário de rush para constatar a situação. Essas medidas representam um avanço, mas sozinhas não promovem uma verdadeira mudança.
Com o crescimento populacional de São Gonçalo, Niterói e a construção da Refinaria em Itaboraí, torna-se vital a expansão de um transporte de massa mais eficiente, menos poluente para mais de 2 milhões de cidadãos. Procurar culpados não é a solução. Apontar responsáveis pela omissão também é uma tarefa infrutífera, só serve de munição política em uma estratégia de ataque.
Moradores de Niterói e São Gonçalo comumente mostram-se insatisfeitos com os engarrafamentos nas principais vias da cidade como Alameda São Boa Ventura, do Contorno e Jansen de Mello.
Vamos falar um pouquinho desse projeto que deve demorar pelo menos quatro anos para ser concluído. Esse prazo estipulado já levando-se em conta o ritmo dos preparativos que a Copa do Mundo no Rio de Janeiro vai impor.
A extensão total da linha é de 36 Km, com 17 estações, atendendo os municípios do Rio, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e beneficiando uma população de cerca de 1,6 milhões de pessoas.
Esse corredor, hoje servido quase que exclusivamente por ônibus, face à precariedade da ligação ferroviária, transporta aproximadamente 700 mil passageiros/dia, atendidos por uma frota de 1500 veículos, sem contabilizar as viagens internas nos municípios.
As obras civis foram divididas em dois lotes - Lote I (trecho Rio-Niterói) e Lote II (trecho Niterói-Guaxindiba), com custo previsto para R$ 1,9 bilhão. A construção do Lote II foi programada para ser paga através da venda de ativos de propriedade do Estado, a saber: Outorgas referentes à concessão do metrô e terrenos e edificações do Estado a serem incorporados para empreendimentos diversos.
O Lote I foi vencido pelo Consórcio Construtora Metrô Rio formado pelas empresas Camargo Correa, Andrade Gutierrez, CNO e OAS e o Lote II ficou a cargo do Consórcio Construtor Fluminense, formado pelas empresas Queiroz Galvão e Carioca Engenharia.
As estações se dividem em dois tipos: as elevadas e em superfície. O primeiro envolve terminais em Araribóia, Jansen de Melo, Barreto, Neves, Vila Lage, Paraíso, Parada 40, Zé Garoto, Mauá, Antonina, Trindade e Alcântara. Vão comportar um fluxo de 36 mil passageiros por hora. As plataformas em superfície seriam construídas em Jardim Catarina e Guaxindiba. A infraestrutura contempla a instalação de escadas rolantes, rampas e elevadores para atender prioritariamente às pessoas portadoras de deficiência física.
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